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guitarra.gif (14677 bytes) Ciclo dedicado à Guitarra Portuguesa

Serão realizados vários concertos em Outubro dedicados à Guitarra Portuguesa, organizados pela casa do Fado - em Lisboa.

Dia 1 de Outubro será a apresentação de Arménio de Melo na guitarra portuguesa; Nuno Vasconcelos na viola. Dia 8 de Outubro é a vez de Carlos Gonçalves e Carlos Macieira. No dia 15 de Outubro actuarão Paulo Parreira e João Mário Veiga. A encerrar o ciclo, no dia 29 de Outubro Nuno rebelo traz-nos uma pesquisa sonora em torno da guitarra portuguesa (Música electro-acústica).

A Guitarra Portuguesa

Adapatção a partir de um texto de Pedro Caldeira Cabral

A Guitarra Portuguesa é um cordofone de mão, piriforme, de caixa alta com braço curto terminado por cravelhal com voluta e com sistema de chapa de leque. O corpo é formado por ilhargas e fundo.

As suas características de funcionamento mecânico-acústico são as seguintes: Cordas metálicas dispostas em ordens (seis ordens) sendo todas em aço e aço com fieira de cobre de alta tensão; Cavalete móvel (de osso); Tampo harmónico arqueado assente sobre quatro travessas; Cravelhal em chapa de leque com sistema de parafusos sem fim; Atadilho de metal na base do corpo; Trastos fixos de metal cravados no ponto sobressaliente.

Várias afinações são usadas, sobretudo nos conjuntos populares de formação recente que adaptam a afinação das violas aparecendo assim a chamada «afinação de quarta» e outras.

Técnica

A técnica da guitarra portuguesa consiste na utilização do dedo indicador em movimento de vaivém (ascendente e descendente) chamada dedilho. As cordas são pulsadas com unhas, sendo estas postiças, feitas de tartaruga ou celulóide que encaixam na unha natural presas com um elástico á volta dos dedos. O polegar usa-se em conjunto com o indicador para arpejar e realizar os acordes simultâneos movendo-se neste caso os dedos em sentidos opostos.

Enquadramento social

A guitarra portuguesa aparece ligada ao fado desde a sua origem como instrumento autónomo no conjunto dos nossos cordofones de mão. Há no entanto na primeira metade do século XX tentativas de utilização da nossa guitarra noutros contextos, mas quase sempre sem resultados dignos de nota. O apreço que por ela tinham os estudantes de Coimbra deu origem a uma prática musical rica, distanciada já do fado, e que, tal como na guitarra de Flamengo, tende a torna-la um instrumento solista no quadro da música popular de expressão urbana.

Origens

A actual guitarra portuguesa é o produto da fusão de dois instrumentos. O cistro introduzido em Portugal no século XVI através da Itália ou da Flandres, propaga-se para Sul de Coimbra e torna-se instrumento de uso popular no século XVII. No século XVIII é introduzida a guitarra inglesa através do Porto e propaga-se a norte de Coimbra, estando o seu uso de inicio confinado aos salões da burguesia: só a partir da segunda metade do século XIX começa a usar-se fora desse contexto. Assim, construtores do norte do final do século XIX ainda construíam guitarras com a estrutura, dimensão e encordoamento das originais guitarras inglesas enquanto que na mesma época em Lisboa a estrutura e as dimensões da caixa estavam mais próximas do cistro, sendo as últimas e mais importantes modificações realizadas pela família de construtores Grácio, já neste século (cerca de 1910).

É de notar que a adopção da afinação do cistro soprano, longe de facilitar o seu uso no acompanhamento do fado (de estrutura harmónica tonal) só se justifica pelo facto de a sua prática ser conhecida e popular antes da introdução da afinação da guitarra inglesa. Na minha opinião a guitarra com a afinação que lhe conhecemos hoje era utilizada em meios populares já no inicio do século XVII. Assim encontramos a tradição da sua prática no Alentejo e no Ribatejo como instrumento de dança a par da viola de arame, instrumento de afinação e estrutura mais tardia (finais do século XVIII).

A evolução da guitarra faz-se pois directamente a partir da guitarra inglesa e do cistro popular com a adopção de elementos de um e do outro, mantendo-se a sua prática ligada á música de tradição oral. Voltar ao Topo

 

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