Lisboa, Espaço Fala-Só
Os Ganhões e o Baixo Alentejo
Exposição de Fotografias de Pedro Barros
Participação de "Os Ganhões de Castro
Verde" e do Grupo de Violas Campaniças
Inauguração dia 17 de Dezembro, na Fala-Só às 17h00No
próximo dia 17 de Dezembro vai ser inaugurada a exposição de fotografia Ganhões:
Fotografia a Preto e Branco, retratando o Baixo-Alentejo, as suas gentes e
cultura. Uma exposiçãoo da autoria de Pedro Barros. A Inauguração da exposição, a
partir das 17 horas, irá contar com a participação Especial do Grupo "Os Ganhões
de Castro Verde" e do Grupo de Violas Campaniças.
Os Ganhões de Castro Verde
As raízes do cante alentejano perdem-se na história, como na história de Castro
Verde se perde a origem de um cantar ligado à terra, cuja tradição, "Os
Ganhões" perpetuam. Hoje, como ontem, "Os Ganhões" mantêm a mesma
autenticidade. Herdeiros de uma tradição que é sua: a de um cante que já foi de
trabalho, que agora é mais de lazer e de convívio, mas sobretudo e sempre de afirmação
cultural.
Um cante da planície cantado por homens de faces rugosas, acostumados ao sol que
incendeia a tarde, sedentos de partilhar um saber antigo, talvez tão antigo como esta
terra onde habitamos: Alentejo de seu nome. Um Alentejo que "Os Ganhões" têm
levado consigo, na voz e na maneira de estar, a todo o país, participando em inúmeras
sessões culturais junto da comunidade alentejana, mas também de outros públicos.
Em 1993 tiveram a sua primeira experiência internacional, no Festival de Música Folk de
Vancouver, no Canadá. Na mesma altura gravavam aquele que foi o primeiro "CD"
de cantares alentejanos, considerado pela crítica especializada como "o melhor disco
de música étnica de 1994".
"Os Ganhões" de Castro Verde dão particular importância aos aspectos
etnográficos (trajes) e à recolha do cancioneiro popular, constando no seu reportório
algumas das mais genuínas "modas" (Canções) do baixo alentejo. (Fonte: Alentejo Digital)
Grupo de Violas Campaniças
A viola Campaniça é um instrumento cordiforme cujas origens se perdem no tempo,
mas cuja área de subsistência se limita já a pontos específicos (quatro) nos concelhos
de Castro Verde, Ourique e Odemira.
Considerada desaparecida há mais de uma década, a Cortiçol tem vindo a insuflar animo
aos mestres tocadores "resistentes" e em consequência, aumentou o numero de
activos de dois para quatro.
"Por outro lado, o grupo ultrapassou a grande dificuldade que consistia na obtenção
de instrumentos com as características exigídas pelos mestres tocadores. Em vez de as
"importar" de Braga, passou-se a recorrer a um dos mestres tocadores, que passou
a construi-las.
O Grupo, presentemente constítuido por três tocadores e quatro vozes femininas anima a
região e desloca-se frequentemente a vários pontos do país onde é apreciado como uma
das formas mais autênticas de interpretação da música popular. Pretendeu-se assim
criar com este grupo um espaço de convívio com o instrumento e uma possibilidade de ser
apreciado um cantar diferente.
O grupo procura ainda desenvolver a forma mais adequada de veicular o saber do toque da
campaniça, criando apetência para que os jovens busquem a sua aprendisagem. Entretando,
vai-se cantando modas de ontem, sons e magias que querem imorredoiros, uma delícia para o
espírito que é um provilégio saborear.