Ernesto Veiga de Oliveira
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Exemplos
Musicais
Publicamos aqui vários exemplos
originais de música instrumental recolhidos por Ernesto Veiga de Oliveira, com
indicações que permitem conhecer e desenvolver uma prática instrumental. Este trabalho
resultou da colaboração de Domingos Morais, José Pedro Caiado e Carlos Guerreiro a
propósito da 2ª edição do livro "Instrumentos Musicais Tradicionais Portugueses. |
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Livro
Reeditado o Livro "Instrumentos
Musicais Tradicionais Portugueses"
de Ernesto Veiga de OliveiraTal
como anunciamos há alguns meses, o tão esperado livro do Ernesto Veiga de Oliveira
"Instrumentos Musicais Populares Portugueses" (a nova edição) já está à
venda, com algum material novo, sobretudo ao nível de fotografias. Nesta edição
foi também incluído outra obra do autor: o livro "instrumentos musicais dos
açores".
Como já vem sendo hábito nas edições da Fundação Caloust Gulbenkian, esta
obra fundamental aparece-nos com um preço bastante acessível - custando 5500$00 no museu
de etnologia ou 61000$00 na própria Gulbenkian. A edição é de 2500 exemplares - talvez
um número algo escasso para as expectativas, tão longa que foi a espera...
O livro "Instrumentos Musicais Populares Portugueses" é uma obra
extraordinária, retratando várias regiões portuguesas na óptica da Música
Tradicional, os hábitos a ela associada e, claro, os instrumentos Musicais utilizados. O
livro resulta, naturalmente, do trabalho de investigação de Ernesto Veiga de Oliveira,
que contou com as análises e transcrições musicais de Domingos Morais, Carlos
Guerreiro, Pedro Caiado, Pedro Caldeira Cabral e Rui Vaz.
Sobre Ernesto Veiga de Oliveira
Ernesto Veiga de Oliveira nasceu na Foz do Douro (Porto) em 1910
oriundo pelos quatro costados de famílias nortenhas do Minho, de Trás-os-Montes,
Douro Litoral, e até da Galiza, mas de vivência, educação e hábitos cosmopolitas. Fez
o liceu na sua cidade natal, e formou-se em Direito em 1932 e mais tarde, em
1947, em Ciências Históricas e Filosóficas em Coimbra. Advogou durante dois
anos, mas em breve se compenetrou do seu desajustamento irredutível a qualquer profissão
que não viesse ao encontro do que para ele eram os valores essenciais do Homem e
contrariasse a livre expansão da sua personalidade; e após sucessivas experiências,
ingressa, em 1944, no funcionalismo público. Um versejar juvenil, de fôlego curto; um
filosofar fora de escolas; um panteísmo sem deuses e, a par disso, uma grande
independência de espírito, de atitudes, de credos; e o imperativo da verdade, da
liberdade, da mais límpida simplicidade , modelariam o seu pensar, a sua visão do
mundo, e a sua maneira autêntica de estar na vida.
E aflorariam também num profundo amor pelo povo e no apelo das paisagens e das
coisas naturais, que o levariam a calcorrear, a pé, extensas regiões do Paisuma
terra ainda fora do presente, virgem de estradas, de turismo, de poluições: o litoral,
do rio Minho ao Tejo; as praias desertas do Algarve; as remotas áreas fronteiriças de
Castro Laboreiro ao Gerês e Larouco; a Terra Fria transmontana, de bravios, estevas e
lobos; as serras e os rios atardando-se nas aldeias, empapando-se da sua cultura e
assimilando-a em longa vivência contemplativa participante.
Em 1932 situa-se o seu encontro com Jorge Dias, a quem fica ligado até ao fim
por uma profunda e inalterável amizade, feita de entendimento, admiração e confiança;
e passam a ser companheiros certos dessas andanças pelo País e dialogantes de todas as
aventuras do espírito, juntamente com Fernando Galhano, amigo de longa data, com Margot
Dias, e com Benjamim Pereira, que conhece mais tarde. E são finalmente esses elementos
que em 1947 o grande mestre chama para formar o grupo pioneiro que deu corpo ao Centro de
Estudos de Etnologia, que iria levar a cabo a renovação dos estudos etnográficos em
Portugal. Demitiu-se então das suas funções burocráticas, e abraça
definitivamente e profissionalmente a carreira de investigação cientifica. A
partir dessa data, a sua vida identifica-se com os trabalhos desse Centro, e seguidamente,
a partir de 1963, também com os do Centro de Antropologia Cultural e sobretudo do Museu
de Etnologia, criado segundo uma concepção inovadora da museologia, que restará como a
expressão mais acabada da sua obra.
Em 1965 é nomeado subdirector do Museu de Etnologia e, de 1973 em diante após
o falecimento de Jorge Dias, toma a direcção do Centro de Estudos de Antropologia
Cultural e do Museu de Etnologia, mantendo-se nesse posto até 1980, data da sua
aposentação. Naquela mesma ocasião, assumiu a direcção do Centro de Estudos de
Etnologia, que ainda conserva.
Em 1984 a Universidade de Évora confere-lhe o titulo de Doutor Honoris Causa. De 1973 a
1978 integrou o corpo redactorial da Revista Ethnologia Europaea. Fez parte do
International Secretariat for Research on the History of Agricultural
Implements.
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