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Site Associação Gaita de Foles
A Associação Gaita de Foles acaba de lançar um site na Internet onde divulga diversos temas  para aqueles que se interessam pela Gaita de Foles. Lá pode encontrar informações sobre as actividades da Associação (Escola, Oficina de Instrumentos, actuações da Gaitafolia) e informações biográficas, discográficas e bibliográficas relacionadas com a Gaita de Foles.

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I Encontro Nacional de Gaiteiros
A Festa dos Gaiteiros

Fonte: Associação Gaita de Foles

Finalmente concretizou-se o I Encontro Nacional de Gaiteiros, uma ideia antiga das Associações Gaita-de-Foles e Lelia Doura, que decorreu nos passados dias 6, 7 e 8 de Julho, por ocasião do FIG (Festival Internacional de Gigantones), no Pinhal Novo, e que se realizou graças ao apoio da organização do FIG, a Câmara Municipal de Palmela e os Bardoada.

O objectivo do Encontro Nacional de Gaiteiros (ENG) é o de possibilitar que se juntem e se conheçam gaiteiros de todo o país, perante a probabilidade certa de um agradável convívio musical e de ideias e mostrar ao público, que afinal, a tradição da gaita-de-foles se estende a várias regiões do norte e do sul de Portugal.

Gaiteiros oriundos de diversas regiões do país e que se encontraram pela primeira vez...

Alvorada
O Encontro arrancou no dia 7 de Julho com uma alvorada às 11 da manhã pelas ruas de Palmela e Pinhal Novo. Para muitos gaiteiros presentes, foi a primeira vez que travaram conhecimento com outros gaiteiros do país; aos poucos, iam chegando à concentração que precedeu a Alvorada os grupos oriundos de cada região: Estremadura, Coimbra, Tomar, Trás-os Montes e Alto Douro...

Foi também emocionante, para alguns gaiteiros mais idosos, presenciar um acontecimento que parecia impensável há algum tempo atrás; na noite anterior, à chegada, o gaiteiro José Maria Fernandes, de Urrós, Mogadouro, observando o convívio entre gaiteiros e a música que os recebeu, confidenciava: "...se eu tivesse menos 50 anos!..."


O gaiteiro Joaquim Roque (Torres Vedras) e Júlio Oliveira (Tomar) tocando juntos, antes da Alvorada

A princípio, era visível nas expressões de muitos a desconfiança e a surpresa e depois, tímidamente, a curiosidade pelos instrumentos diferentes e as conversas inevitáveis à volta das afinações das palhetas e dos ponteiros, do repertório, e claro, a música que aos poucos ia surgindo, numa algazarra de sons e timbres diferentes que ali se juntavam... A Alvorada seguiu então pelas ruas de Pinhal Novo e Palmela, para surpresa da população, que viu desfilar mais de 26 grupos de gaiteiros...estava anunciada a festa que se seguiria.

Convívio
A partir das 13 horas todos se reuniram num almoço-convívio. Foi à volta da boa comida e do vinho que muitos puderam trocar opiniões e experiências e manifestar o seu agrado e a surpresa por descobrir que não estavam sozinhos; um gaiteiro da região de Coimbra, confessava, divertido, que ao tocar sozinho na sua região "pensava que era o melhor do mundo" e descobria agora afinal, haver muitos mais gaiteiros do que julgava...

Momento de convívio depois do Almoço...

Após o almoço, inevitavelmente, as gaitas animaram durante muito tempo o espaço circundante, onde se assistiram a momentos únicos em que gaiteiros que nunca antes se tinham conhecido, acabaram por tocar juntos, em grande animação.

Um dos momentos mais curiosos foi quando o pequeno João Ventura, com 12 anos, natural de Lisboa, (o mais novo aluno da escola de gaitas da associação Gaita-de-Foles) neto de um celebrado gaiteiro de Caçarelhos, tocou um lhaço de pauliteiros com uma gaita transmontana que lhe foi emprestada, ao som do qual bailaram, com paus improvisados, os transmontanos ali presentes.

Gaiteiro transmontano com uma uilleann pipe

Exposição
A Exposição de instrumentos musicais montada no espaço da Biblioteca Municipal de Pinhal Novo e que esteve patente durante todo o tempo do Festival, foi o local onde se reuniram todos os gaiteiros, velhos e novos, ao longo da tarde. As mesas e cadeiras instaladas no interior permitiram criar um espaço de convívio informal, onde entre muita música, os gaiteiros e o público em geral puderam descobrir e experimentar os diferentes tipos de gaitas de foles de todo o mundo.

Foi emocionante ver gaiteiros de todo o país experimentar gaitas escocesas, mezhoued norte-africanas, uilleann pipe irlandesas, gaidas, etc, e ver a sua curiosidade e interesse vivo, ao descobrir as diversas formas de um instrumento com várias tradições...

Festa
Depois de um jantar onde não faltaram mais algumas "gaitadas" informais, seguiu-se o espectáculo no palco; antes da actuação dos gaiteiros, actuou o grupo "Habas Verdes", de Zamora, (Leon - Espanha) um dos melhores representantes da tradição musical da região, que se assemelha em muitos aspectos à tradição transmontana, do outro lado da fronteira; um espectáculo onde se puderam ouvir também os sons das gaitas zamoranas, com alguns arranjos de músicas portuguesas de gaita-de-foles.

Os Bardoada iniciaram então, com um espectáculo de vozes e percussão, o desfile dos muitos gaiteiros que ali estavam presentes. O público aplaudiu, durante duas horas, os representantes da tradição de gaita-de-foles que ali actuaram, descobrindo, não sem alguma surpresa, que afinal a gaita-de-foles se estendia a todo o país, embora naturalmente, os gaiteiros que arrancaram mais aplausos fossem os da Carregueira e Olhos de Água, naturais da região e que foram, de certo modo, os anfitriões deste Encontro...

No dia seguinte, depois do almoço, assistiu-se à partida de muitos gaiteiros, que vieram de regiões mais distantes (Trás-os-Montes, Coimbra) e que por essa razão não puderam participar no desfile final do FIG e partiram mais cedo. Alguns despediram-se de forma emocionada, cientes da importância do acontecimento e felizes por esta oportunidade de convívio e descoberta de uma tradição à qual dedicaram grande parte da sua vida.

Os gaiteiros da Estremadura presentes tomaram em mãos a continuação da festa e levaram ao desfile final do FIG, entre muitos grupos de teatro, animação de rua e gigantones, os sons da gaita-de-foles...

Este 1º Encontro foi, certamente, um grande marco na história recente da recuperação da Gaita-de-Foles e das suas tradições, reunindo todos à volta de um mesmo objectivo: conhecer melhor este instrumento, que afinal não estava esquecido e que existe um pouco por todo o nosso país...

 

 

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