Luanda
ODANTALAN.02
Realidades invertidas, processos de reconstrução
Luanda, de 27 de Março a 7 de Abril de 2002
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. . . De 27 de Março a 7 de Abril um grupo de
músicos, historiadores de arte e musicólogos de Angola, Cuba, Colômbia e Brasil vão
estar reunidos num workshop em Luanda. Trata-se do projecto Odantalan - uma residência de
Músicos em Angola.
Com o objectivo de produzir um trabalho musical de pesquisa e reflecção sobre valores
culturais e espirituais da herança Bakongo (norte de Angola) que têm nos dias de hoje
correspondência em manifestações como o Palo Monte, Umbanda ou Capoeira Angola, este
grupo pretende trazer à superfície processos criativos inovadores num contexto de
experimentação contemporânea.
Odantalan foi iniciado pelo luandense Victor Gama, um dos músicos participantes, com a
intenção de criar os denominados processos de reconstrução, processos
criativos nos quais valores, conceitos e ideias de uma cultura ancestral são colocados
num quadro de criação artística contemporânea.
Constituição do Grupo
Barbaro Martinez-Ruíz (Cuba)
Professor assistente na Universidade de Yale, é especialista no sistema de escrita
gráfica bakongo denominado em Cuba por Firmas ou em Angola por Bidimbo. Em paralelo com o
workshop que se realizará no Centro Cultural Português em Luanda dará uma conferência
no Museu Nacional de Antropologia no dia 28 de Março pelas 18:00h.
Hugo Candelário (Colombia)
É um marimbeiro da costa do pacífico da Colombia licenciado em
Música pela Universidad del Valle em Cali, tem-se dedicado à investigação constante
das raízes musicais autóctones e a apresentá-las em público através da sua
formação, o Grupo Bahia, que criou em Maio de 1992. Museu de Antropologia, 4 de Abril
pelas 18:00h.
Kituxy (Angola)
É um músico e compositor conceituado de hungo, kissange e percussão tendo
iniciado a sua carreira artística nos anos 50 e participado em vários agrupamentos
musicais, entre eles os grupos folclóricos Feitiço Negro, Fogo
Negro e o Conjunto Músico-teatral NGongo.
Giba Conceição
(Brasil)
Tem desenvolvido a sua carreira como percussionista e é hoje considerado um dos
melhores no Brasil, tendo tocado com músicos como Margareth Menezes, Gerônimo e Gilberto
Gil.
Ana Arango (Colômbia)
É licenciada pelo Departamento de Antropologia da Universidade dos Andes em
Bogotá e tem também uma importante actividade como cantora, participando em diversos
coros e grupos de música tradiconal colombiana. Investigadora da cultural
afro-colômbiana na costa pacífica.
Felipe Garcia Villamil (Cuba)
Nascido em Matanzas numa família profundamente enraizada nas tradições
afro-cubanas é um mestre percussionista dos seculares tambores provenientes da tradição
Kongo e herdou dos seus bisavôs Yoruba um conjunto de tambores batá sendo um iniciado
não só como percussionista mas também como fabricante destes tambores rituais. É
também um mestre percussionista na tradição Iyesa proveniênte da cidade/estado Yoruba
de Ilesha e activamente preservada no Cabildo de San Juan Bautista em Matanzas, desde o
século 19. É praticante Abakua, uma sociedade secreta originária da região de Calabar
entre a Nigéria e os Camarões. Fará um master class em Luanda em local e data a
anunciar.
Paulino Kassanje, Neves Moreira e Pascoal
Monteiro (Angola)