Os Danças Ocultas irão estar em Águeda, no próximo dia 22 de Junho, para se apresentar ao vivo entre nós, depois de algumas digressões no estrangeiro. Uma oportunidade para conhecer as quatro concertinas que devolveram a este instrumento um lugar de destaque.

Danças Ocultas encarou a concertina com outro ar e devolveu-lhe uma dignidade quase perdida - desenvolvendo um repertório que mistura o experimental com o popular, numa grande dose de sensibilidade e criatividade. A prová-lo são as inúmeras colaborações com projectos de outros músicos e também a participação em projectos multidisciplinares, como é o caso de Tristes Europeus - Jouissez sans Entraves, estreada em Dezembro do ano passado e que agora conta com mais uma exibição em Águeda.

"Tristes Europeus, Jouissez Sans Entraves" simboliza um encontro de várias pessoas de várias Europas, em que são portadores de histórias diferentes, passados distintos, realidades e expectativas que no exílio se reafirmaram ou diluíram. Todos eles falam com o corpo, todos eles respiram pela pele e sonham diluir-se em seres universais capazes de tudo apreender e compreender. É assim que se apresenta esta produção da Companhia Paulo Ribeiro, uma coreografia original e que conta com Caroline Cornélis, Leonor Keil, Marta Silva, Susana Queiroz, Jeroen Baeyens, Romulus Neagu, Wolfgang Maas.

Danças Ocultas empresta a este espectáculo várias composições originais, retiradas dos seus dois discos "Danças Ocultas" e "Ar". Danças Ocultas conta com quatro músicos, que elegeram a concertina como elemento fundamental da sua criatividade: Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel construiram um repertório feito de e para estes magníficos instrumentos. O quarteto de concertinas, sediado em Águeda, foi de resto recebido "a solo" em tourné na Bélgica e na Holanda, percorrendo diversas cidades, como é o caso de Ternat, Leopoldsburg, Hasselt, Beveren, Tilburg, Velp, Borgerhout (Antuérpia) e Brugge, em Março deste ano.

Antes disso, "Tristes Europeus.." - a coreografia de Paulo Ribeiro - foi também apresentada em Janeiro deste ano em Bourges, na França - e depois disso, em Março, levada aos palcos de Guimarães e Montemor-o-novo. No mês de maio, o espectáculo rumou para Estugarda e em Dusseldorf, estando dois dias em cena em cada cidade.

Entretanto, "Travessa da Espera" foi o nome da colectânea editada, em Abril deste ano, pela editora francesa francesa L'Empreinte Digitale - que neste caso contou com as concertinas do quarteto criado por Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel - um disco com distribuição mundial pela Harmonia Mundi e que valeu uma digressão pelas cidades de Bègles (Bordéus), Fontenay-le-Comte, Paris e Limoges.