Ballet
Nacional de Espanha
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Digressão
Ballet Nacional de Espanha
Regresso do ritmo, cor e movimento
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Lisboa, CCB - G. Auditório de 30 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 2003
Porto, Coliseu, 5 e 6 de Fevereiro de 2003
Figueira da Foz, Centro de Artes e Espectáculos, 8 e 9 de Fevereiro de
2003
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Ballet Nacional de Espanha regressa a Portugal para mais uma série de espectáculos,
repletos de ritmo, cor e movimento - aliada à arte e à técnica de mais de trinta
bailarinos, músicos e cantores ao vivo. Um grande espectáculo.
O programa do espectáculo está dividido em duas partes, apresentando diversas
coreografias: "Mujeres"; "Entreverao" (Farruca); "A mi
aire"; "Concierto de Aranjuez" e depois do intervalo, "Ilusiones F.
M.".
O espectáculo arranca com "Mujeres", uma coreografia de Elvira
Andrés, com música de Emilio de Diego e Victor M. Martín. Mulheres representa a
Sensibilidade, a Força a Vida e a dança, a nossa linguagem. Em 1993, o Encontro
Coreográfico de Dança Espanhola e Flamenco premiou a coreografia "Mujeres",
nome com o qual também se designou a Companhia criada por Elvira Andrés um ano mais
tarde.
Entreverao (Farruca) é uma coreografia de Manuel Santiago Maya
"Manolete" e com música de José Luis Montón - e que teve estreia mundial na
digressão pelos Estados Unidos em Abril 2002. "Entreverao" é a mistura do
flamenco e de farruca com o bailado clássico espanhol.
Entretanto, "A Mi Aire" é a terceira coreografia da noite, neste caso
um solo da responsabilidade de Victoria Eugenia e com música de Enrique Granados e
Ernesto Halffter, interpretado por Kira Gimeno. Teve a sua estreia mundial a 22 de
Setembro de 1994, Teatro da Zarzuela (Madrid). Neste "Solo" encontra-se a
influência da dança espanhola no bailado clássico.
Concierto de Aranjuez é uma coreografia de Pilar López com música de Joaquín
Rodrigo, apresentado pela primeira vez a 19 de Dezembro de 2001, Teatro Principal de
Valencia. Com três andamentos: "O entardecer", "O Anoitecer" e
"O Amanhecer". O Ballet Nacional de Espanha recupera esta coreografia criada por
Pilar López em 1952. "Concierto de Aranjuez" é uma das primeiras coreografias
com que o Ballet Nacional se estreou em 1978, sob a direcção de Antonio Gades.
Pilar López diz a certa altura: "Quando ouvi pela primeira vez este
belíssimo "Concierto de Aranjuez" de Joaquín Rodrigo pensei imediatamente em
coreografá-lo. Dividi os três andamentos da seguinte maneira: Primeiro andamento: O
entardecer nos jardins de Aranjuez Segundo andamento: O anoitecer Terceiro andamento: O
amanhecer. Entendo o primeiro andamento "O entardecer" como música alegre,
juvenil, brincalhona, amorosa, onde se dança brincando e se brinca dançando, onde se
dão umas pinceladas do nosso rico folclore. O segundo andamento, "O anoitecer".
Nos maravilhosos jardins de Aranjuez quatro galãs são atraídos pela noite, simbolizada
por uma mulher. A noite desaparece, saindo quatro donzelas sem os conseguir conquistar.
Eles caminham na busca da noite. O terceiro andamento é "O amanhecer", uma
dança de corte no Palácio de Aranjuez."
Finalmente, "Ilusiones F.M." é uma coreografia de María Pagés, com
música de Manuel Soler, Rubén Levaniegos, Charpentier, A. Domínguez, M. Ravel e Louis
Amstrong e encenação de José María Sánchez. Teve a sua estreia mundial no Teatro da
Zarzuela a 20 Dezembro 2002.
Nesta peça, conta-se que na noite anterior ao grande acontecimento
"Ella" sonha em ser a eleita do príncipe azul, o seu príncipe encantado.
Amanhece. O sonho acaba e "Ella" desperta para continuar a sonhar de olhos
abertos. Dia especial, anuncia a rádio, dia da boda real. Grande alvoroço no palácio.
Espera-se a festa. "Ella" trabalha na cozinha. Todos os empregados participam da
grande emoção. "Estão a vestir o noivo!", anuncia a rádio. Expectantante, o
povo escuta e imagina: uma representação popular da grande boda. Na cozinha, vestem
"Ella" de noiva. Ao cozinheiro mais bonito, de noivo. Todos brincam. Todos
querem ser príncipes, todas querem ser princesas. "Os noivos na igreja!",
anuncia a rádio. À cozinha chegam as notas de música que acompanham a cerimónia. Os
empregados movem -se discretos, graciosamente, imaginando a liturgia. "Ella"
dança a ilusão do momento mágico. "Festa no palácio", anuncia a rádio.
Festa na cozinha. Até ao fim do dia. Um dia muito especial. E todos voltam à sua
realidade. "Ella" fica sozinha, só com a sua rádio que, como um grande
cavaleiro, convida-a a continuar sonhando.
Sobre o Ballet Nacional de España
Em 1978, a Direcção Geral de Teatro e
Espectáculos do Ministério da Cultura criou o "Ballet Nacional Español", e
nomeou como Director Títular Antonio Gades. Desde o início Gades propôs-se recuperar as
obras mais significativas dos criadores espanhois. Surgiu assim um reportório composto
por "Diez Melodias Vascas" e "Fandango", de Mariemma; "Fantasia
Galaica" de Antonio, "Concierto Aranjuez" de Pilar López,
"Rango" de Rafael Aguilar ou "Bodas de Sangre" do próprio Gades.
Em 1980 foi nomeado Antonio como
Director Artístico, integrando assim no reportório as suas coreografias "El
Sombrero de Tres Picos", "El Amor Brujo", "Sonatas del Padre
Soler" e "Estampas Flamencas".
Em 1983, a Direcção Geral da
Música e Teatro, fundiu as duas companhias, de bailado, o "Nacional Español" e
"Nacional Clásico", nomeando para a sua direcção Maria de Avila, que incluiu
no reportório estreias absolutas, com coreografias e músicas originais, como
"Ritmos" de Alberto Lorca, "Medea" com guião de Miguel Narros,
coreografia de José Granero e "Danza y Tronio"<de Mariemma.
Em Setembro de 1986, Maria de Avila
abandona o cargo de Direcção, e de novo restruturam-se em duas companhias independentes.
José Antonio foi nomeado para Director Artístico de Ballet Nacional de España, do qual
já tinha sido Director Adjunto. Durante este período criou uma nova versão de "El
Sombrero de Tres Picos" de Manuel de Falla, com a reconstrução original dos
figurinos de Picasso, "Soleá" e "Don Juan" com o guião de Miguel
Narros.
Em 1993, o INAEM nomeou uma
Direcção Artística coordenada por Aurora Pons, Nana Lorca e Victoria Eugenia. Esta nova
equipa estreou, entre outras, as seguintes coreografias: "La Gitanilla" de José
Granero, "A mi aire" de Victoria Eugenia, "A Ritmo y a Compás" de
Currillo e "Grito" de Antonio Canales.
Em 1998 o Ministério da Educação
e Cultura, nomeou a bailarina Aida Gómez, como Directora Artística. No decurso do ano
1999 o BNE preparou um programa dedicado ao novo milénio, composto por uma suite
flamenca, "Oripandó" criada por jovens coreógrafos; uma nova versão da
mítica "Carmen", da autoria de Jose Antonio e duas obras com música original
de Dorantes, "Semblanzas" de Aida Gómez e "A ciegas", criada por
Antonio Canales expressamente para Aida Gómez.
Em 2000, estrearam-se quatro novas
coreografias: "Mirabrazo" e "Soledad", sob o cunho de Antonio Canales;
"Nereidas" coreografia de Antonio Najarro, que ganhou o Encontro Coreográfico
de Dança Espanhola e Flamenco 1999 e "Estamos Solos" de José Granero estreada
em 1982 e recuperada para o Ballet Nacional de España.
Em 12 de Março de 2001, o
Ministério da Educação, Cultura e Desporto, sob proposta do Instituto Nacional das
Artes Cénicas e da Música (INAEM) nomeou Elvira Andrés para Directora Artística do
Ballet Nacional. Desde a sua nomeação, o Ballet Nacional apresentou as suas coreografias
em Portugal, Brasil, Turquia, Japão, Alemanha e Estados Unidos e em numerosas cidades
espanholas como Sevilha, Valência e Madrid.
Nesta temporada o BNE estreou
"Fuenteovejuna", coreografia de Antonio Gades, "Concierto de
Aranjuez", coreografia de Pilar López, "Mujeres", coreografia de Elvira
Andrés, "Estamplo", recuperação do sapateado original pelos mestres Pacita
Tomás e Joaquin Villa com adaptação coreográfica de Elvira Andrés, "Entreverso
(Farruca)", coreografia de Manolete e "De azabache y Plata", coreografia de
Mayte Bajo.
O Ballet Nacional de España,
durante todos estes anos, participou em diversos festivais como o de Spoleto, a Bienal de
Lyon e o Festival Ibero-americano de Teatro de Bogotá e apresentou-se nos melhores
teatros do mundo como o Teatro Belas Artes, México, o Metropolitan Opera House de Nova
Iorque, London Coliseum ou o Horchard Hall de Tóquio.
Obteve diversos prémios, onde se
destaca o Prémio da Crítica pelo Melhor Espectáculo Estrangeiro apresentado durante a
temporada 1988 no Metropolitan de Nova Iorque, Prémio da Crítica Japonesa, em 1991,
Prémio da Crítica pelo Melhor Espectáculo apresentado em 1994 no Teatro Bellas Artes do
México e Prémio do jornal El País (Tentaciones) pelo espectáculo "Poeta",
como a melhor coreografia apresentada em Espanha durante 1999. Recentemente, em Março de
2002, o BNE obteve ainda os prémios da crítica e do público pela coreografia
"Fuenteovejuna" de Antonio Gades, no VI Festival de Jerez.
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