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Compay Segundo Ao Vivo

Aula Magna - Lisboa nos dias 3 e 4 de Dezembro

Compay Segundo (Máximo Francisco Rapilado Muñoz) regressou a Lisboa nos dias 3 e 4 de Dezembro, para dois concertos na Aula Magna de Lisboa. A segunda data, não prevista inicialmente, foi marcada depois da primeira data ter esgotado... Foi o regresso deste músico cubano, que inventou o harmónico - um instrumento de sete cordas, que mistura a guitarra espanhola com o tres cubano.

Compay esteve no passado dia 11 de Setembro de 1999 no Porto com o seu recentemente editado “Calle Salud”, um álbum que surge dois anos depois da edição de “Lo Mejor de la Vida” (1997) - um trabalho que assinalou os seus 90 anos de idade.

Compay Segundo é, reconhecidamente, uma grande referência da música cubana, tendo sido um dos intervenientes no documentário de Wim Wenders - “Buena Vista Social Club - juntamente com Rubén González, Eliades Ochoa, Omara Portuondo, “Cachaito” López e Ibrahim Ferrer, entre outros.

Músicos: Hugo Garzón (voz principal), benito suarez (guitarra), Salvador Repilado (contrabaixo), rafael Fournier (percussão), Rafael Inciarte (clarinete), Haskell Armentaros (clarinete) e Rosendo Nardo (clarinete baixo).

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Auto-biografia de Compay Segundo
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Compay Segundo Nasceu em Siboney, no dia 18 de Novembro de 1907. Ali, pela primeira vez, conheceu um dos grandes trovadores de Cuba, Sindo Garay, quanto tinha sete anos, em 1914.

A sua mãe era dona de casa e o pai era maquinista, trabalhava nos caminhos de ferro de Daiquiri durante a Primeira Guerra Mundial; depois da guerra acabar tiveram que ir para Santiago. Compay ficou em Siboney com a avó até ela morrer. Eram oito irmãos, quatro varões e quatro irmãs. O mais velho dos varões foi quem levou a guitarra e o tres para casa.

Com nove anos já estava em Santiago. Desde pequeno que gostava muito do tres, e tinha visto Sindo Garay com a sua guitarra e tinha gostado muito. Por isso aprendeu a tocar a guitarra e o tres. Depois disso criou o harmónico... Como tocava guitarra e tres, costumava dizer: "Faz falta um instrumento que harmonize mais. Ninguém toca este instrumento no mundo, este invento morrerá comigo."

Em Santiago de Cuba tocou com o quarteto Cubanacán na emissora CMKD (...) Depois quis ampliar os seus conhecimentos musicais e começou a estudar solfejo, escolhendo o clarinete. Em 1929 já tocava na banda Municipal, indo pela primeira vez a Havana.

Em 1934 veio de novo a Havana já com o quinteto Cuban Stars, de Ñico Saquito, ficando lá a residir. Os outros músicos regressaram, mas Ñico aconselhou-o: 'Não vás, a ti vêm-te buscar porque tu tocas muito bem guitarra e aqui em Havana há falta disso'. Compay ficou e formouo quarteto Hatuey formado por Rapinday, Evelio Machín e o próprio Compay. Nesse mesmo foram ao México onde trabalharam em dois filmes, "México Lindo" realizado por Ramon Pereda e Tierra Brava de René Cardona.  

Tocaram durante algum tempo num cabaret e no Mexico conheceu muitos artistas, entre eles o trio Las Cavaleras, que estavam muito na moda. Ao regressarem a Cuba decidiram participar noutro filme, "Cuba canta y Baila". Participou também no trio Relámpago.

Alguns anos mais tarde, no final dos anos 40, fundou o duo Los Compadres, que tiveram fama nacional e internacional. Os Los Compadres tiveram vários êxitos importantes: "Sarandonga", "Macusa" e "Penquito Tolete". Depois disso formou o quarteto Compay Segundo y sus Muchachos e gravarm vários discos.

Compay confessa que "...em Havana, tinhas que ser bom músico, era a única forma de te pagarem. Se eras bom apresentavas-te numa estação de rádio e os comerciantes contratavam-te, era assim que a estação pagava. Se se partia uma corda davam-te dinheiro para a corda, e se o programa vendia diziam-te: isto é para vocês".

O nome Compay Segundo vem da época dos Los Compadres. O locutor que os apresentava quando estavam na rádio dizia, o que canta primeiro é o Compay Primo (Primeiro), o que canta em segundo é o Compay segundo. "Daí vem o nome, depois todo o mundo conhecia-me por Compay Segundo."

Na música conheceu muitas influências: Carlos Gardel, a música espanhola com as castanholas, a música americana, os sextetos e as charangas e os "saxofonistas bárbaros", fonte do seu espírito de improviso... Voltar ao Topo

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Considerado um "profeta" na sua terra
Fidel Castro ouve Compay Segundo...

Publicado Sexta-Feira, 11 de fevereiro de 2000 no Jornal Público por Marie Sanz/AFP
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Quando Compay Segundo se passeia pelas ruas de Havana as crianças seguem-no e os turistas apresentam-se, respeitosos, para o cumprimentar: aos 92 anos Compay Segundo tornou-se enfim um profeta no seu país. Até Fidel Castro se rendeu à lenda viva da música cubana. "Quando se levanta de manhã o Fidel ouve 'Chan Chan', contaram-me", assegura Francisco Repilado, aliás Compay Segundo, panamá atirado sobre a testa, eterno cigarro na mão e copo de rum sobre a mesa. A música que compôs em 1987, e o seu maior sucesso, está mesmo prestes a destronar nos bares turísticos de Havana a inesquecível "Guantanamera". "A inspiração vem-me ao dormir, mas também me inspiro em palavras, em coisas da vida e, claro, nas mulheres", diz Compay, "sem mulheres não há nada, mas eu só amo uma mulher de cada vez", acrescenta com malícia evocando a "jovem" companheira de 40 anos. "Com o sucesso ela acha-me ainda mais atraente", assegura. Mas o sucesso demorou a chegar. Segundo nasceu em Santiago de Cuba, com o início do século XX e o surgimento da música cubana, que alia os sons de influência espanhola aos africanos. Desde sempre a sua vida esteve marcada pela música - aos 16 compôs a sua primeira canção e aos 23 tocou na inauguração do Capitole, um famoso salão de baile, cópia exacta do congresso americano, hoje tornado museu -, no entanto, para alimentar os cinco filhos, fez um pouco de tudo: "fiz cigarros, fui cabeleireiro e pintor, conheço todos os trabalhos do campo", diz. Tudo até ser salvo do esquecimento com os companheiros dos "Buena Vista Social Club" pelo guitarrista americano Ry Cooder, tocar no Carnegie Hall, vender milhares de discos e protagonizar "Buena Vista Social Club", de Wim Wenders. Mas há tempo "para muito mais", mesmo "para um sexto filho". A avó morreu aos 115 anos, "quando eu chegar à idade dela peço um adiamento".  Voltar ao Topo
 

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