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Festa do Avante
3, 4 e 5 de Setembro na Quinta da Atalaia |
A Festa do "Avante!" que decorrerá nos próximos dias 3, 4 e 5 de
Setembro na Quinta da Atalaia, no Seixal. Na XI Bienal de Artes Plásticas, uma iniciativa
diversificada, aberta a todas as modalidades artísticas, diferentes técnicas e
expressões estéticas, vão estar em exibição obras de pintura, desenho, escultura,
medalhística, ilustração, cerâmica, video e instalação da autoria de 167 artistas
seleccionados em concurso pelos organizadores da já tradicional festa comunista. Quanto
ao panorama musical, os organizadores anunciaram que o cartaz deste ano é aquele que
apresenta o maior número de artistas portugueses desde sempre. Do cartaz destacamos os
seguintes espectáculos musicais:
Destaques |
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Tocá Rufar |
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Sábado, dia 4 de Setembro,
18:00h |
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Hevia |
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Sábado, dia 4 de Setembro,
22:00h |
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Quadrilha |
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Domingo, dia 5 de Setembro,
14:30h |
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João Afonso |
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Domingo, dia 5 de Setembro,
16:30h |
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Tocá Rufar Dia 4 de Setembro, 18:00h O sons de dezenas de tambores,
caixas e bombos percutidos por jovens músicos vão aquecer ainda mais o ambiente para o
comício. São os Toca a rufar que voltam a Festa para mais uma actuação de sucesso na
sua carreira, cuja longevidade e consistência surpreendentes é também um exemplo e um
bom tema de reflexão sobre a educação musical nas nossas escolas.
O projecto Tocá rufar nasceu em 1996, a partir de um convite da Expo'98 a Rui Júnior
para que este concebesse um espectáculo de percussão, baseado na rítmica tradicional
portuguesa.
O projecto conta actualmente com um número superior a mil alunos inscritos, provenientes
de 45 escolas de Lisboa, Seixal e Loures, tendo realizado já cerca de 500 oficinas.
Desde então, para além de mais de 40 actuações, entre as quais a apresentação na
Praça Sony com 250 jovens, o Tocá Rufar tem realizado seminários de percussão,
atleliers e animações em colaboração com diversas instituições. Por iniciativa dos
próprios Rufinas (designação dos alunos do projecto) foram fundados uma companhia de
Teatro O Rabo de Palha o jornal Tocá Rufar e um sector de vídeo que tem
feito a cobertura de todas as acções desenvolvidas.
Foi ainda formada uma Associação a ADAT Associação dos Amigos do Tocá
Rufar e foram assegurados novos acordos com Câmaras municipais no sentido da continuidade
das oficinas nas escolas. A manutenção da Orquestra foi assegurada através da
formação de novos monitores entre os actuais participantes/alunos, o que significou
também a criação de postos de trabalho para os jovens mais dotados.
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| Hevia
Dia 4 de Setembro, 22:00h
Gaitas para a era electrónicaPoucas vezes tradição e modernidade se
combinaram de forma tão feliz. Tambores e didgeridús australianos dão a mão às
baterias mais enérgicas. Os ancestrais cantares das mulheres das montanhas da Europa
partilham sons com os ritmos frenéticos do fim do milénio. A secular gaita alia-se à
magia da electrónica. |
Tudo isso constitui parte essencial do
trabalho com o que o gaiteiro asturiano José Maria Hevia inicia uma trajectória
artística, que promete ser intensa, com um álbum onde os seus ancestrais fundem as
raízes na mais radiante modernidade. Terra de ninguém é um disco que estava escrito há
muitos anos e que nunca se tinha escrito. É a banda sonora de um povo no sopé da
montanha e de qualquer rincão do planeta.
De Hevia, nascido em Villaviciosa em1967, só se conhecia até á data um tema de recorte
muito tradicional, A procissão, que se incluiu no primeiro volume da antologia Nações
celtas (1997). A primeira vez que soprou uma gaita de foles, a gaita, como simplesmente se
diz em Espanha, o pequeno Angelillo contava apenas dez anos e deixou toda a sua família
contristada. «Então, há que dizê-lo claramente, tocar gaita estava associado ao mais
grosseiro homem da região», relembra, agora, divertido. E aponta: «Chamavam-nos A
quinta do biberão e não éramos mais de 25 em toda a Astúria. A minha mãe chorou a
primeira vez que actuei em público, porque a gaita era um símbolo rural, de romaria,
próprio dos bêbados abancados junto à barraca da cidra».
Não corriam bons tempos para a tradição, mas o veneno da música popular havia sido
inoculado: «A primeira vez que vi uma gaita, não o esquecerei nunca, tinha quatro anos e
ia passeando com o meu avô, mineiro», relata. «Ele era um homem que não tocava nesse
momento, mas permanecia abraçado à sua gaita. Essa imagem levou-me a pensar que este
instrumento não é só a sua música: eu considero-o a própria representação do
povo».
Desde aqueles tempos já remotos, José Ángel e a sua gaita constituíam um binómio
indissolúvel. Hevia era inclusive um rapaz aplicado e licenciou-se em Filologia
Hispânica («ficaria encantado se algum dia se estudasse filologia asturiana», suspira),
mas o seu caminho ia por outros rumos bem diferentes; primeiro, como insaciável aprendiz
de gaiteiro, mais tarde afadigando-se em concursos e certames por todo o país; por fim,
lançando a semente com a fundação de diferentes escolas de gaitas. Hoje, Hevia pode
orgulhar-se do primeiro prémio no Festival Intercéltico de Lorient de 1992 talvez
o encontro mais relevante de todo o calendário celta e de dirigir meia dúzia de
bandas de gaiteiros por toda a Astúria. «Dos 25 que éramos quando biberãos passámos a
mais de 3000 gaiteiros na actualidade», conta orgulhoso.
Assentes convenientemente as raízes, gravar um disco próprio constituía um salto
qualitativo importante. E Terra de ninguém supõe um passo em frente muito decidido. O
seu autor partiu do repertório tradicional asturiano e transformou-o numa linguagem
cosmopolita e universal. Sem contemplações nem mais limites que os da própria
imaginação. «Os cânticos sampleados dos índios arapahoes venderam milhões de discos
em todo o mundo. Porque não pode ser um êxito a toada tradicional, a que cantam os
pastores enquanto tratam do gado?», raciocina Hevia.
Assim, os temas da Terra de ninguém sabem pouco de fronteiras. Se a neve, por exemplo,
arranca com uma melodia asturiana, introduz elementos do gosto céltico e desemboca no
tilintar de um alaúde árabe. Llaciana é uma bela música popular rejuvenescida que
entronca na parte de acervo ibérico que a todos nos toca. E o Collectivu Etnográficu
Muyeres salpica o disco de umas vozes que, contra todo o prognóstico, colocam Astúrias
mesmo no coração do Sahara.
Parágrafo à parte merece um dos grandes achados do disco, esse artifício que nos
créditos figura como «gaita electrónica Multimbrica» e que, fazendo gala do seu
instinto didáctico, José Ángel define assim: «É para a gaita o que o teclado
electrónico é para o piano». Trata-se de uma gaita MIDI que permite ao seu executante
imitar o som do violino, da flauta, do acordeão, da sanfona, ou do que calhe, o que
multiplica extraordinariamente as possibilidades do instrumento. O invento nasceu nas
aulas de gaita de Hevia com um objectivo do mais prosaico: que o aluno pudesse praticar em
casa com auscultadores para não incomodar a vizinhança. Agora, quase quatro anos depois,
este músico prepara, graças à sua gaita MIDI, aulas em tempo real através da Internet.
As fronteiras, uma vez mais, saltam em fanicos.
Entre umas coisas e outras, mais do que um purista levantará as mãos à cabeça, mas
Hevia confessa-se muito pouco preocupado com isso. «O purismo é muito necessário, mas
penso que deve ser compatível com a investigação com vista ao futuro», assegura. E
conclui: «Não me importa que as gaitas do século XXI tenham uma forma um pouco
diferente das actuais. O que não quero é que terminem nas vitrinas dos museus. Também
houve um momento em que no instrumento se introduziu o tubo, e não creio que ao seu
inventor se deva tratar como a um herege". |
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Quadrilha
Dia 5 de Setembro, 14:30h
Com quatro Cds gravados e uma presença já regular no circuito
folk europeu, o grupo de Sebastião Antunes tem vindo de ano para ano a ganhar uma
consistência que releva não apenas de um persistente trabalho criativo (que se reflecte
igualmente na produção de êxitos como «Ai, Caramba», «Não Há Dinheiro» e outros),
mas também a solidez que se conquista na estrada e na exigência de tournées nacionais e
estrangeiras.
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João Afonso Dia 5 de Setembro, 16:30h Cantor e compositor, João
Afonso conseguiu na carreira que iniciou no princípio da década uma proeza de que poucos
artistas se podem orgulhar: manter junto do público a natural ligação a seu tio, Zeca
Afonso, conseguindo entretanto, quer como compositor, quer como intérprete, afirmar uma
identidade e uma sonoridade próprias.
Nascido em Moçambique, João Afonso assume claramente as influências rítmicas e
melódicas da sua infância africana, o que reconhecidamente constitui um dos factores de
maior sedução dos seus trabalho. |
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Informação
retirada do Site da Festa do Avante! |
Para mais informações consulte o Site
da Festa do
Avante! |
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