| Grammy para "Livro" de Caetano
Veloso
Melhor disco "World Music""Livro"
de Caetano Veloso vence o Grammy de melhor disco "World Music",
para trás ficam "Niakunfe" de Ali Farla Toure,
"Release" de Afro Celt Sound System, "Papa"
de Salif Keita e "Café Atlântico" de Cesária évora.
Fique a conhecer um pouco da biografia de cada um dos candidatos ao Grammy melhor disco
"world Music", cujo impacto nas vendas em portugal tem sido, até ver, quase
insignificante. |
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| Caetano
Veloso
Livro
Caetano Veloso é uma das referências da Música Popular Brasileira, mas assume-se
igualmente como um artista multifacetado, com opinião sobre o mundo que o rodeia e isso
é bem patente na sua intervenção política, naquilo que escreve e que canta.
A sua carreira foi profundamente influenciada pelas suas origens baianas e
fortemente inspirada nos ritmos africanos e da pop norte-americana, realizando mais de 40
álbuns gravados.
A Bossa Nova, criada por João Gilberto nos anos 50, funcionou como uma referência
fundamental para a criatividade de Caetano, cujo estilo apelidado de
"tropicalismo" transformou-se numa das maiores pilares de afirmação da nova
música brasileira além fronteiras, apesar de nem sempre colher grandes simaptias
internas, nomeadamente pela ala conservadora do Brasil, durante o regime Militar.
Os discos e concertos de Caetano Veloso foram várias vezes restringidos pela
censura, estando o próprio Caetano preso durante alguns meses, sendo forçado a exilar-se
em Londres, onde continuou a gravar até lhe ser permitido voltar ao Brasil em 1972.
Os anos 80, serviram para que Caetano Veloso fosse cada vez mais conhecido no estrangeiro,
editando e realizando múltiplos concertos, sem comprometer o seu estilo próprio face às
pressões comerciais, atingindo algumas vezes o Top 10 americano - como é o caso de
"Tropicalia 2", de 1993.
Mais recentemente Fina Estampa, Circulado e Circulado Vivo confirmaram o sucesso, sendo
este álbum "Livro" nomeado para o Grammy, coroando uma carreira de mais de 30
anos.
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| Ali Farka
Toure
Niafunke
Ali Farka Toure é um dos mais bem sucedidos músicos africanos da última década.
Guitarrista de qualidade reconhecida, que combina instrumentos tradicionais com as
sonoridades próprias dos Blues, criando um tipo de música muito próprio, com uma
nítida preferência por vocalizações num tom baixo e por sons ritmados, minimizando
muitas vezes a presença de instrumentos musicais.
Já com uma carreira estabelecida há algum tempo, o reconhecimento no mercado Norte
americano e europeu só veio depois de Ali completar os seus 50 anos, em meados da década
de 80. Talking Timbuktu, de 1994, foi o album da sua carreira que atingiu
maior sucesso, mas toda a sua carreira nestes últimos 15 anos tem tido uma enorme
aceitação por parte do público e da crítica. Nesse disco teve a colaboração do
músico Ry Cooder, demonstrando que as sonoridades ocidentais nem sempre prevalecem.
Durante cinco anos, Toure não editou nenhum disco nos Estados Unidos, mas a sua
volta às origens da música tradicional africana no ano passado, com Niafunke
foi
muito bem recebida e granjeou-lhe uma nomeação para o Grammy. |
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| Afro Celt Sound
System
Volume 2: Release
Em 1996 surgiu o primeiro disco do grupo "Sound Magic", partindo da fusão entre
as músicas tradicionais africanas e irlandesa, depois de um forte destaque deste grupo no
WOMAD festival, realizado na Grã-Bretanha, mais precisamente em Rending, mesmo antes da
edição do sua primeira aparição discográfica.
O grupo conta com Iarla OLionard, uma vocalista irlandesa e com os muito
consagrados Davy Spillane, Ronnan Browne, James McNally, Ayub Ogada, Baaba Maal, Kauwading
Cissakho e Massamba Simon Emmerson, e ainda com Jack Bruce, igualmente responsável pela
harmonia conseguida nesta fusão, fortemente inspirada na sensibilidade dos vários
músicos e nos instrumentos irlanddeses e africanos...
O ano de 1997 foi decisivo, tendo o Afro Celt Sound System actuado nos Estados
Unidos, fazendo autêntica sensação, sendo esse concerto considerado um dos melhores do
ano. O seu segundo algum, Volume 2 é editado em 1999, ano em que recebe a nomeação para
o Grammy na categoria de música mundial. |
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| Salif
Keita
Papa
Salif Keita vem duma família tradicional do Mali, que não aceitou nada bem a sua opção
por uma carreira musical, deserdando-o e obrigando-o a sobreviver à custa de trabalhar
como músico nas ruas e em clubes. O sucesso começou com os "Super Rail Band
um grupo musical patrocinado pelo governo e que juntava ritmos tradicionais africanos e
sonoridades ocidentais, especialmente cubanas.
Em 1973, em conjunto com o guitarrista Kante Manfila, formou um novo grupo, Les
Ambassadeurs Internationaux, combinando influências da Música do Mali e arábicas,
o grupo acabou por obter um enorme reconhecimento internacional, sem precedentes em
àfrica.
Em 1987, Keita iniciou a sua carreira a solo, em Paris. Mas só com o lançamento de
"Soro", Keita foi captou a atenção do público e da indústria discográfica.
Passados oito discos, surge este "Papa" que lhe vale uma nomeação para um
Grammy.
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| Cesária
Évora
Café Atlantico
Cesária Évora é natural do Mindelo, Cabo Verde, permanecendo no seu país mesmo com a
emigração dos seus irmãos, depois da morte precoce do pai, dedicando-se à música, que
nessa altura alimentava uma série de clubes da cidade, onde as Mornas íam proliferando
com o seu ritmo lento e nostálgico. Cesária atingiu logo nessa altura uma enorme
notoriedade.
Chegada a indepêndencia de cabo Verde, Mindelo perdeu importância, o que levou a maior
parte dos músicos a abandonarem a cidade. Contudo, Cesária Évora decidiu ficar, apenas
aceitando ir a Paris gravar o seu primeiro disco, já estavamos nos anos 80. A este álbum
seguiram-se outros, sempre gravados em França, mas o grande sucesso só foi obtido em
1992 com Miss Perfumado.
Com a sua característica confiança e com a sua postura descontraída em palco,
sempre descalça, Cesária Évora ganhou carisma internacional, ficando conhecida como a
"Diva dos pés descalços".
O álbum de 1995 Nonesuch obteve o reconhecimento da crítica e do público,
sendo nomeada para um Grammy e vendo o seu disco citado como o melhor do ano em jornais e
publicações norte-americanas de referência. Nos anos seguintes, o seu percurso foi
reconhecido com mais três nomeações para o Grammy, a última da quais este ano com o
seu trabalho Café Atlântico. |
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