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O que vai acontecer no
Cantigas do Maio 2000

Maio aproxima-se e com ele o já habitual Festival Cantigas do Maio a realizar na cidade do Seixal do outro lado do rio Tejo, bem perto de Lisboa.

Continuamos a divulgar a música tradicional dos vários povos que habitam este planeta e que por vezes mal conhecemos ou desconhecemos mesmo completamente.

Neste ano de 2000 o 11º Cantigas do Maio começará no dia 25 de Maio com o grupo português G.E.F.A.C. de Coimbra que tem feito um meritório trabalho de recolha e divulgação da música e de um modo geral da cultura popular portuguesa.

No dia seguinte,26, será a vez da portuguesa Amélia Muge, uma cantora e compositora que ganhou no ano passado o Prémio José Afonso com o seu último CD “Taco a Taco” e que em simultâneo com a sua carreira a solo tem participado no estrangeiro nos projectos “Terras di Canto” / Itália, “Pirin Folk Ensemble” / Bulgária e “Camerata Meiga” / Espanha, para além do muito aclamado “Maio maduro Maio”, liderado por José Mário Branco que contou também com a participação de João Afonso.

Seguir-se-lhe-á a voz de Rosa Zaragoza com um concerto que será uma viagem ao Al-Andalus através das canções medievais sefarditas, muçulmanas e cristãs, que reflectem a espiritualidade de três culturas diferentes que souberam coexistir e respeitar-se, fazendo da Andaluzia da época um exemplo, hoje muito raro de união entre a Europa, a África e o Oriente.

A noite de sábado, 27, começará com a voz de Nahawa Doumbia do Mali, que tem através das canções que compõe manifestado a sua revolta contra as “tradições” a que ainda hoje as mulheres africanas são submetidas, mas também contra o racismo que na Europa, dia após dia se torna mais violento contra os imigrantes do seu país, nomeadamente os chamados “sem papéis”.

A noite terminará com Bagad Kemper da Bretanha e com os seus 30 músicos a subirem ao palco acompanhados por gaitas-de-foles, bombardas e percussão. Será um final em força proporcionado por uma “bagad” que desde 1968 é considerada uma das melhores e que já por 16 vezes ganhou o 1º Prémio num concurso que anualmente reune todas as “bagads” da Bretanha.

A seguir o 11º Cantigas do Maio faz um pequeno intervalo e “retoma os trabalhos” na 5ª feira seguinte, 1 de Junho, com Hamza El Din, o “embaixador” da Núbia, hoje pertencente ao Sudão e que foi o berço dos antigos faraós do Egipto. Apesar de se apresentar sózinho em palco com o tar, o alaúde e a sua própria voz, o seu espectáculo é tão intenso que por vezes tem-se a sensação de que são vários e não apenas um, os músicos em cena.

Na 6ª feira, dia 2, começamos pela música da Gasconha, uma região de França situada junto aos Pirinéus e cuja língua é uma mistura de francês e espanhol. As canções e as danças tradicionais da Gasconha ser-nos-ão apresentadas pelo grupo Verd E Blu, fundado em 1987 por Joan-Francés Tisnèr, um exímio tocador de acordeão diatónico e construtor das flautas, das gaitas-de-foles e dos tamboris de cordas característicos desta região.

A noite encerrará com os fabulosos Kroke, um trio polaco que toca música klezmer mas que não a mantem espartilhada pelos seus cânones rígidos, levando-a até às fronteiras do jazz e da clássica. O contra-baixo, o violino e o acordeão vão construir um espectáculo que ficará durante muito tempo na memória e no coração dos que souberem não desperdiçar esta oportunidade.

O 11º Cantigas do Maio encerrará com o continente africano e com dois países vizinhos, um deles com ligações fortes a Portugal: Moçambique e a sua Orquestra de Timbila de Venâncio Mbande. Serão 14 timbila, uma espécie de xilofone, e 6 dançarinos que nos trarão a música e a dança de Zavala, a sul de Moçambique, pela mão de Venâncio Mbande, director de orquestra, compositor e construtor de timbila, grande divulgador da música dos Chopi.

A noite e o festival terminarão com o canto polifónico zulu de 10 ex-mineiros da África do Sul, Colenso Abafana Benkokhelo, um canto com uma força singular que ficou mundialmente célebre a partir da, na altura, polémica edição do álbum “Graceland” de Paul Simon.

Este é em breves linhas o programa principal do 11º Cantigas do Maio, que contará ainda, como habitualmente, com muita animação de rua feita por diversas bandas portuguesas e galegas, com uma exposição ao vivo sobre as várias etapas da manufactura do linho, um atelier de construção de máscaras de Trás-os-Montes (os célebres caretos) e com um debate sobre a música tradicional dos povos, afinal a razão de ser deste festival.

 

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