Se grande parte das festas populares se passavam na rua, este Frestas é um autêntico desafio às convenções de espectáculo dos nossos dias. Um festival de alegria, cor, humor e ritmo contando com a participação de dezenas de artistas e performers de doze países que encherão as ruas para brincar, entusiasmar, provocar, espantar e surpreender quem passa na rua. Os artistas vêm dos vários cantos do mundo, Europa, Austrália, Brasil, EUA, América Latina.

Este Frestas pretende apresentar ao público da cidade, em espaços informais e até imprevisíveis, uma série actuações fora do sistema tradicional, criando características únicas de actuação e interpretação da arte, levando às pessoas que atravessam a cidade a alegria e a afectividade num ambiente de reencantamento.

Embora seja mantido o conceito de rua, alguns grupos irão apresentar-se dentro de portas, com uma produção capaz de ser representada em sala convencional: O "Frestas In", invade algumas salas do porto (ex: Rivoli ou S. João), como uma extensão natural da rua...

Mas o Festival privilegia a utilização do espaço de "rua", como palco principal, utilizando algumas avenidas e ruas, por forma a reforçar o conceito "A Cidade é um Palco". Em cada um destes espaços, serão utilizados largos e outras áreas abertas, que melhor se adequem aos diferentes tipos de actividades: Stª Catarina, Sá da Bandeira, Av. dos Aliados, Cedofeita, Boavista, Foz, Ribeira.

Ao todo, 25 grupos oriundos de 12 países desdobram-se em espectáculos de percussão (destaque para os britânicos Urban Strawberry Lunch e para os canadianos The Blue Barrel Show), teatro bruto (Les Obsessionnels e o projecto Teatro do Elefante são alguns exemplos), "performances" em andas, acrobacia e novo circo (os portugueses Circolando aproveitam a deixa para estrear o espectáculo "Caixa Insólita", mas há muito mais), marionetas, dança, magia, contos (pelo contador colombiano Diego Parra), "workshops" infantis, pintura de "graffiti" e muita música - área em que se destaca o projecto Olho de Rua, que junta a cantora Ana Deus, vocalista dos Três Tristes Tigres, ao músico Rogério Pinto, que actua há décadas na esquina da Rua José Falcão.

Paralelamente a todo estes números, dois eventos merecerão seguramente o interesse dos mais atentos: no sábado, o prato forte é a festa de inauguração da exposição do Arcadarte, um encontro que reúne 80 artistas europeus desde o dia 2 de Setembro. A festa terá lugar no desactivado Quartel da Arca d'Água e conta com uma quadra de percussão, actuações dos dj's Barkode, Zé Salvador e Dinis, apresentação de vídeos dos colectivos Synalêphe e Yô-Yô, e um bar montado pelo Aniki-Bobó.

O Futuro em 2001
Porque o objectivo é continuar para além de 2001, a organização não se cingiu a aproveitar o patrocínio da Capital Europeia da Cultura, avaliado em dez mil contos. "Lançámo-nos à aventura de conquistar dinheiro privado para que o festival não se esgote quando acabarem as verbas", frisa Jorge Rui Martins. Ao todo, o financiamento privado garantiu 7500 contos ao I Frestas. Contas feitas, já há alicerces suficientemente sólidos para a coisa crescer. Para o ano haverá mais, e melhor. As surpresas ficam no segredo dos deuses, mas a organização vai lançando algumas pistas: 2001 servirá para aprofundar iniciativas testadas este ano, como a promoção de espectáculos em cadeias, e para experimentar novidades, como a poesia na rua proposta pelo projecto "Speakers' Corner".

O Frestas é co-financiado pela sociedade PORTO 2001 - CAPITAL EUROPEIA da CULTURA. Para mais detalhes consulte o programa completo no Vida.pt