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Wisky Trail (Itália)


Cantus da Terra

Grupo de Fado "Presença de Coimbra"

Gallandum Galundaina

OdoresdeMaria10.jpg (25473 bytes)
Odores de Maria


Quartinto

Scherzi Musicali

Tuna de Carvalhais

Mar de Pedra

Andarilhos

Grupo de Música do ARCPA

Pombal de Ansiães
FARPA 2001
14 dias de Histórias d'Arte
27 de Julho a 9 de agosto

Foram 14 dias cheios de histórias para contar, ouvir, ver e dançar, vividas pelas populações de Pombal de Ansiães - onde se realizou a 4ª edição do FARPA - um Festival de Artes que juntou no programa várias manifestações artísticas.

Um programa ambicioso, movimentou muito público para dezenas de propostas culturais, levadas a cabo por grupos locais e outros vindos de terras distantes. Ficam aqui as histórias, contadas na primeira pessoa, vividas pela Olga Lopes e a Marta Garcia que nos foram actualizando do ambiente de euforia vivido nesta manifestação cultural.

Abertura
A exemplo de anos anteriores, a Abertura Oficial do FARPA 2001, teve início por volta das 17h e 30m, com a recepção às entidades num Porto de Honra, iniciando-se de seguida o espectáculo musical na Igreja Matriz, que pelo grupo Scherzi Musicalli, interpretando várias obras desde o Barroco até ao Século XX. Teleman, Bach, Tchaykovsy, Joly Braga Santos, Óscar da Silva, foram os compositores escolhidos.

A Companhia de Teatro Filandorra, trouxe até ao palco a peça o “Burguês Fidalgo”, que retratou o novo-riquismo. O Sr. Jordão, um rico comerciante endinheirado, um burguês preciosamente ridículo, um bufo avantajado, desconcertado, ingénuo, sem muitas luzes, com conhecimentos primários, que almeja a todo o custo um título nobre. Como sempre, esta companhia prendeu a maioria dos espectadores até ao final. A noite terminou por volta das 00:30 minutos, com uma “nortada”, que tão bem caracteriza o Verão que teima em não dar um ar da sua graça.

2º dia
O segundo dia do FARPA 2001 teve início por volta das 21:30 com a apresentação da peça “Os Ausentes” trazida até nós pelo Grupo de Teatro Amador S. Gonçalo, oriundos da Ilha da Madeira. A peça contava a história de um psiquiatra que reteve duas mulheres numa ilha, sendo uma delas a sua ex-mulher, tentando admnistrar-lhes um tratamento invulgar. A acção tinha um misterioso enredo feito de constrangimentos, paranóias, medos e situações paradoxas.

A seguir fez-se silêncio pois era hora de cantar o Fado de Coimbra, trazido pelo grupo Presença de Coimbra que cantou e encantou com as suas belas melodias e poemas característicos deste estilo musical tão afamado e ao jeito das nossas gentes.

3º dia
Neste dia foi preenchido co m Música Tradicional Portuguesa interpretada pelo grupo “A Voz do Campo” de Pomarelhos, Vila Real; uma Exposição de Pintura, trazida pela Drª Rosa Ribeiro, filha da terra, acompanhada por um Porto de Honra oferecido pelo Hotel Rural São Lourenço, de Pombal de Ansiães, seguida então de uma peça de Teatro pelo grupo “Olimpo”, de Ansião e finalmente Música Tradicional Portuguesa foi interpretada pelo Grupo “Mar de Pedra” de Vila Real.

4º dia
O terceiro dia do FARPA 2001, começou com os meninos de dalvares, que puseram tudo e todos a bulir, deixando a sala em estado de sítio. Velhos e novos esqueceram-se do reumatismo e dançaram até mais não! Cerca de uma hora mais tarde, e quase que a ferros, foi preciso cortar o tempo de antena às concertinas, pois postos a tocar são o “diabo”! De facto, o espectáculo das Concertinas de Dalvares, não podia ter corrido da melhor forma.

E, porque a noite avançava a olhos vistos, foi a vez de “ Nuestros Hermanos”, subirem ao palco. A Cooperativa de Teatro Achiperre, oriunda de Zamora, Espanha, nasceu em Outubro de 1979, com a intenção de criar, procurar, desfrutar e representar espectáculos teatrais para jovens e crianças. Com 22 anos de existência, os Achiperre já percorreram montes e vales espalhando a sua arte um pouco por toda a parte.

O espectáculo que esta companhia trouxe até nós intitula-se: “Fuente Ovejuna”, que era uma pequena aldeia da Província de Córdoba, que no Século XV se revoltou contra o Comendador , uma espécie de governador que era um tirano. Dessa forma, o povo, sentindo-se ultrajado, principalmente as mulheres que eram vítimas de violações, revoltaram-se e mataram-no.

Partindo desta situação real, no séc.XVII, Lope de Veja, escreveu uma peça de teatro à qual deu o nome de ”Fuente Ovejuna”. A Companhia de Teatro Achiperre, transportou estes factos reais para a actualidade, procurando encontrar pontos em comum, com os mesmos problemas vividos nos nossos dias, nomeadamente a luta dos operárias e das mulheres contra a opressão e a tirania dos mais fortes e poderosos.

5º dia
A Quarta noite começou com teatro de rua apresentado pela Teatro Regional da Serra de Montemuro, que nos trouxe a peça “A Grande Aventura”. A história falava-nos do Tio Manuel e da Tia Maria que tinham os seus 8 filhos e 17 netos em Lisboa. Os filhos conseguiram convencer os velhos a vender todos os pertences, e estes resolveram partir e conhecer o nosso Portugal. De armas e bagagens rumaram até chegarem ao Pombal, onde nos apresentaram um belíssimo espectáculo que teve como cenário o “dancing”.

“Um doce e inefável ruído”, como diria Eça de Queiroz, apoderou-se dos céus do Pombal quando o grupo Contraponto, subiu ao palco e encantou com as suas modinhas bem ao jeito do povo transmontano. Com as devidas gaitas em posição de ataque, os meninos bonitos, rapidamente contribuíram para que o campo deixasse de o ser e passasse a salão de baile. Como diz o povo: “Quem canta seus males espanta e quem chora mais os aumenta" por isso "Haja saúde e coza o forno".

6º dia
Um dia totalmente virado para a sétima arte, com o filme "Chocolate". O filme desenrolava-se numa pequena aldeia de França, na qual as pessoas não tinham liberdade de expressão, onde até os pensamentos lhes eram interditos...

7º dia
Apesar de ter sido uma noite totalmente virada para a música, esta não podia ter corrido da melhor forma. Assim, o grupo “Cantus da Terra” desceu mais uma vez à capital da cultura do concelho, para fazer a primeira parte do programa. Entoando melodias já conhecidas e outras da autoria de um quase nosso conterrâneo, o grupo conseguiu encher de vida e energia o público tão assíduo do nosso Festival.

Depois dos “Cantus da Terra”, viram os Italianos “Whisky Trail” que com apenas quatro elementos e poucos mais instrumentos, provocou-nos um calafrio na espinha... Formado em 1975, tem influências desde a música celta, escocesa, blues e jazz. No seu currículo, constam sete CD’s editados, tendo em vista a gravação de um oitavo. Este grupo deu concertos um pouco por toda a Europa, estando neste momento em digressão pelo nosso país, tendo sido o Pombal passagem obrigatória.

8º dia
Mais uma vez o teatro marcou presença com a peça “VERTI-DOS”, apresentada pelo grupo de teatro “Trancas y Barrancas”, de Madrid. O grupo “Trancas y Barrancas”, deu os seus primeiros passos em 1997. Os elementos do grupo haviam trabalhado anteriormente noutras companhias de teatro como actores e directores. Fruto do seu encontro em 1997, surgiram vários espectáculos de criação colectiva.

O espectáculo que nos apresentaram, “VERTI-DOS”, tinha como cenário uma lixeira e dois vagabundos. Um encontro que abre a porta ao cómico e à comicidade, que nasce do absurdo do seu mundo, mas, talvez esse absurdo não seja só o deles, sendo também o nosso.

Um mundo de fronteiras, de fome e de dinheiro, tudo isto visto através de um prisma, que recolhe, descompõe sonhos e realidades numa sucessão de “Sketchs”, a uma velocidade vertiginosa. Definitivamente um espectáculo que pretende fazer rir, divertir e intrigar como se actores e espectadores marcassem um encontro para jogar o que os excita.

A segunda parte do espectáculo da noite estava a cargo de um grupo de música que veio de Vila Pouca de Aguiar, para nos tocar um pouco de seu repertório que contempla essencialmente música Jazz. O grupo tinha um nome no mínimo curioso: Quartinto. Passamos a explicar a origem: “Quar”, tendo em atenção o número de elementos que compõem o grupo e “tinto”, porque como Transmontanos que se prezam, não dispensam um bom copo de vinho tinto! É assim mesmo, viva o bom vinho, branco ou tinto, o que importa é estar cheio!!!

9º dia
Este dia começou da melhor forma possível, por volta das 16h e 30m, na Igreja Matriz com um espectáculo musical pelo “Quinteto” de Coimbra, desenvolvendo um estilo musical com um cariz popular, sacro, não esquecendo o tradicional fado de Coimbra.

O grupo “Odores de Maria”, mais uma vez , deu provas do sua força em palco, levando novos e menos novos aos "píncaros" da euforia. O concerto teve inicio por volta das 22h e 45m, o que estava a provocar no público um frenesim...

10º dia
Por volta das 22h o Grupo de Teatro de Misquel subiu ao palco para nos apresentar a peça :”A Costureira”. Esta peça de teatro consistiu na história de uma costureira que tinha um filho, que a partir do momento em que ingressou no serviço militar, deixou de lhe escrever, deixando a mãe muito preocupada.

Aquando da sua saída da tropa, ele demonstra interesse em casar com uma rapariga que está grávida dele. Mas, este casamento não é do agrado da mãe, uma vez que ela estava esperançada que ele casasse com uma sobrinha que trabalhava com ela na costura.

De seguida Fábio Timor, Glória de Sousa e João Paulo Miranda, apoderaram-se do palco para nos dar a conhecer a história do "Rei Imaginário", de Raúl Brandão. Assim, o texto falava-nos do poder, dos vícios que conduzem o Homem à desgraça. A perda de referências do mundo afectivo que o rodeia, a constante e frustrante decadência que se assola sobre este homem, faz com que abdique da sua personalidade, empurrando-o assim para o sonho, desesperantemente, sustentado pelo seu passado. A esperança que levaria normalmente a um levantar de cabeça, já não liberta este Homem de descer, cada vez mais, ao calabouço.

11º dia
A dança estreou-se no FARPA pelo pé de Susana Bento, de Coimbra. Susana Bento, nasceu em Coimbra em 1981, tendo começado a dançar com apenas 5 anos. Aos doze anos entrou para a escola da Royal Academy of Dancing, em Coimbra, terminando o curso Complementar em 1999. Contando com a participação de Fábio Timor e de Glória de Sousa, que declamaram alguns poemas acompanhados de um fundo musical, serviram de suporte a um excelente momento artístico.

De seguida, actuou a Tuna de Carvalhais, de Santa Marta de Penaguião, que foi formada em 1918. O mestre da Tuna é filho do fundador que, actualmente conta com 20 elementos. As músicas que interpretaram foram um pouco de todos os estilos, desde Tangos, Valsas, Marchas, Contra-danças, Rebaldeiras, entre muitas mais. Muitas das músicas são originais da Tuna, o que faz com que o seu prestígio seja reconhecido quer em Portugal, quer no estrangeiro, nomeadamente Espanha e França.

Esta Tuna apoderou-se do palco exterior e tocou algumas modinhas que fizeram as delicias dos mais idosos que, não dispensam este tipo de música, reportando-os ao seu passado e à sua juventude.

12º dia
Desta vez, dois grupos de música tradicional, um da República Checa e outro de Portugal, mais propriamente de Miranda do Douro, animaram aquela que foi a 12ª noite do FARPA.

Por volta das 22h, o grupo “Muziga”, que em Checo, significa banda, subiu ao palco. Este grupo é constituído há dois anos, por quatro elementos, mas surgiu no mundo do espectáculo há cerca de oito. A sua música é tradicional Checa, especificamente da Valaquia. Valaquia tem uma paisagem muito idêntica à Transmontana, assim como os costumes. Quer os Transmontanos, quer os Valaquios, têm uma vida repleta de árduo trabalho, o que faz com que isso se reflicta na música.

Os “Muziga”, já espalharam a sua música pela Inglaterra, Polónia e Estados Unidos da América. Encontram-se pela segunda vez em Portugal, tendo na sua primeira vinda, realizado cinco concertos. Com dois álbuns já lançados, o último intitula-se: ”O olá da floresta”.

De seguida, e como forma de cumprir o programa da noite, os nossos já conhecidos “Gallandum Galundaina” de Miranda do Douro, tomaram as rédeas da situação. Este grupo, participou o ano passado no Festival Intercéltico de Sendim - Terras de Miranda. Este ano teve inúmeras actuações um pouco por todo o país, tendo ido também a Cuba, no mês de Abril.

Os Gallandum pretendem recriar alguns temas do cancioneiro mirandês, menos conhecidos do grande público, alargando assim o repertório do próprio grupo. Constituído por quatro elementos, levam até nós a sua música através de gaitas de foles, uma flauta pastoril, caixa, bombo, pandeireta e, claro, a voz.

13º dia
O penúltimo dia do FARPA apresentou o grupo de música tradicional de Baião, de nome “Andarilhos”, subiu ao palco para nos dar a conhecer o seu repertório. Os “Andarilhos”, iniciaram a sua actividade em 1990, mas a actual constituição mantém-se apenas há dois anos.

Com base na etnografia e nos instrumentos tradicionais, o grupo desenvolve novas sonoridades, interpretando e recriando temas que fazem parte da tradição musical portuguesa. Este grupo de seis amigos, participa em eventos ligados à música e à tradição popular portuguesa e em acções de âmbito pedagógico.

Aquilo que começou por animar serões, transformou-se numa importante Associação em prol da música tradicional. Os “Andarilhos” tocaram cerca de duas horas, levando o público ao rubro incitando-os a participar no seu espectáculo.

14º dia
O último dia do Festival, como tem sido hábito, terminou com a "prata de casa", neste caso com os grupos da ARCPA: o de Teatro e o de Música - aos aquais coube então a honra de fechar a 4ª Edição do FARPA.

O primeiro grupo a subir ao palco foi o de teatro, que apresentou a peça “O Doido e a Morte”, de Raúl Brandão. Esta peça, contou com a encenação de Fábio Timor, e com o empenho e dedicação de todos os actores que abdicam, por vezes, da sua vida pessoal, em prol do Associativismo. A peça contava-nos a história de um Governador Civil, que sempre esteve habituado a “comandar as tropas”, mas em determinado momento da sua vida, vê-se numa grande enrrascada, ameaçado de morte. Perante tal aflição, o Governador Civil confessa todos os seus pecados recorrendo mesmo à religião.

O Segundo o espectáculo da noite foi, então, servido pelo Grupo de Música Tradicional da ARCPA, que apresentou o seu repertório à população pombalense - já com um público um pouco mais reduzido, dado o adiantado da hora, mas que nunca abandonou este
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