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Fernando Lopes-Graça


Francis Poulenc

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História de Babar, o Elefantezinho
para voz recitante e piano
de
Francis Poulenc
raconto de Jean de Brunhoff

Voz recitante: Luísa Cruz
Piano:
João Paulo Santos

A Menina do Mar
para voz recitante e conjunto instrumental de câmara
de
Fernando Lopes-Graça
segundo o conto de
Sophia de Mello Breyner Andresen

Voz recitante: Luísa Cruz
Conjunto instrumental de câmara da Orquestra Sinfónica Portuguesa do Teatro Nacional S. Carlos

Direcção Musical: João Paulo Santos
Co-produção:
Teatro Nacional S. Carlos e Teatro Nacional S. João

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Porto
Histórias Musicais para Crianças
História de babar, o elefantezinho e a menina do mar
Teatro Nacional de S. João, dias 22 a 23 de Fevereiro de 2002, às 16:00h
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A partir de A Menina do Mar, Fernando Lopes-Graça criou uma das mais gráceis obras de câmara da tradição portuguesa. Um exercício sobre a dicotomia entre o mundo da terra e o mundo do mar, por vezes tão distantes como o mundo dos homens e o mundo das fábulas.

A revelação da face luminosa e da face obscura desses dois mundos e a aprendizagem da relação com o outro, que se processa através de um conhecimento mútuo e de uma troca de saberes e de experiências.

Num movimento paralelo, também Francis Poulenc tomou uma obra de referência da literatura infantil - História de Babar, o Elefantezinho - como matéria para a criação de mais uma peça com os dotes particulares de subtileza e humanidade que o caracterizam. Numa co-produção com o Teatro Nacional de S. Carlos, sob a direcção musical de João Paulo Santos e narração da actriz Luísa Cruz, o TNSJ exercita assim neste projecto o seu trabalho junto de públicos familiares.

As obras e a sua génese
Num dia de Verão de 1940, Francis Poulenc, que se encontrava hospedado em casa de seus primos na localidade de Brive, tocava ao piano algumas das suas peças, quando a sua sobrinha de quatro anos se aproximou dele e o interrompeu: «Estás a tocar uma música tão feia... Toma esta», e estendeu-lhe o primeiro álbum de L’Histoire de Babar, de Jean de Brunhoff, que tinha sido editado há cerca de um ano. Poulenc, entusiasmado com a ideia, começou a improvisar algumas notas seguindo as imagens divertidas e as aventuras do pequeno elefante Babar perdido na grande cidade. Continuando com a brincadeira, Poulenc dá seguimento à narração musical perante uma menina encantada e mais uns quantos meninos que, entretanto, se foram aproximando curiosos por estar a ouvir uma música tão diferente daquela que era habitual ao tio Francis.

Encorajado pela reacção das crianças, Poulenc decide passar a composição ao papel, finalizando-a somente em 1945. Poulenc dedicaria a obra às onze crianças que assistiram a este primeiro recital privado. Nasce assim uma das mais belas composições musicais para crianças, numa altura em que o mundo era devastado pela guerra.

Alguns anos antes, Fernando Lopes-Graça, em 1937, decide ir viver para França, e instalar-se na Paris da “Frente Popular”, que influenciou significativamente o jovem compositor português a prosseguir os seus estudos de composição, há pouco terminados, e a entrar em contacto com a rica realidade de uma das maiores capitais culturais daqueles tempos.

A estadia em Paris, embora breve, foi de uma importância fundamental na parábola de composição de Lopes-Graça que, entre as suas várias composições para crianças, criaria em 1959 um conto musical para voz recitante e orquestra, A Menina do Mar, a qual foi revista em 1977 e adaptada para agrupamento de câmara, baseado num conto da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, figura fortemente atenta à complexa e difícil realidade social do seu e do nosso tempo, e desta forma interessada pelo mundo dos contos.

L’Histoire de Babar, de Poulenc, e A Menina do Mar, de Lopes-Graça, são dois significativos textos musicais infantis. Em contraste com outras peças análogas, não são meras composições destinadas, pela sua simplicidade técnica, a jovens músicos, mas pelo contrário exigem notáveis capacidades de execução. São dois contos musicais que os adultos podem recriar para as crianças na condição de se deixarem levar pelo mesmo fascínio que surpreendeu o próprio Poulenc, quando sentado ao piano rodeado pelos seus nove sobrinhos e mais duas crianças amigas.

Foi com este objectivo em mente que o Teatro Nacional de São Carlos e o Teatro Nacional S. João do Porto uniram esforços para conceber e concretizar este projecto, entregando à palavra recitada e à música esta inexaurível sede de contos que está na origem e na razão de ser do próprio teatro. Estou convicto de que as iniciativas destinadas às escolas e ao público mais jovem não podem ser pontuais ou ocasionais na actividade da programação, mas deverão sempre ocupar um lugar de destaque nas actividades dos teatros.

Da mesma maneira como as duas obras referidas representaram, na vida dos dois compositores, um sério empenho de composição e não apenas meros momentos de evasão. Estou grato ao José Wallenstein por esta primeira colaboração entre os nossos teatros, um deles dramático e outro lírico, colaboração esta que nasceu sob o signo da voltaireana “candura” /pureza/ ingenuidade que nem só as crianças possuem. Voltar ao Topo

Paolo Pinamonti
(Director do Teatro Nacional de São Carlos)

 


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