Os Sons do realejo, sabêmo-lo, transporta-nos para o sortilégio da (re)descoberta das nossas raízes originais, estabelecendo laços e relações tão insuspeitas como inesperadas. São assim as músicas da terra ! ..."

Os músicos do Realejo estão na sua maior parte ligados ao conservatório de Coimbra. Este facto que reflecte-se na sua música, onde se reconhecem por vezes traços de inspiração clássica e em que uma interpretação rigorosa é uma qualidade do grupo.

Outro grande mérito do Realejo foi a especial atenção prestada à recuperação da Sanfona, ao ponto de Fernando Meireles ter reconstruído o instrumento a partir de figuras de presépio dos séculos XVII e XVIII.

A tradição musical Celta, Bretã e galega fundida com a tradição musical do Norte de Portugal.

O trabalho de Carlos Nuñez actualmente passa pela colaboração com muitos outros músicos consagrados, quer da área da Música Tradicional quer mesmo da Pop. É o caso da colaboração com Sinead O'Connor, para além do já habitual trabalho com os Chieftains, com os quais realizou diversas digressões.

Matto Congrio foi o projecto que lançou Carlos Nuñes, tendo de seguida iniciado uma carreira independente. O seu último trabalho discográfico "A Irmandade das Estrelas" é um disco obrigatório, com a participação de várias estrelas: Nightnoise, The Chieftains, Ry Cooder e Dulce Pontes, para além de outros músicos da vizinha espanha, tais como: Luz Casal (da área Rock), Tino di Geraldo (Guitarrista) e o nosso bem conhecido Kepa Junquera, com a sua Trikitixa - um acordeon diatónico basco.

O dia 2 de Novembro é também de expectativa devido à reunião de dois artistas bem diferentes: Marta Dias, dona de uma voz portentosa que consegue passear pelo fado e afirmar-se na canção negra norte-americana, e o som bem cabo-verdiano de Dany Silva recentemente relembrado em 'Tradiçon', disco produzido por Rui Veloso.

Marta Dias apresenta o segundo álbum da sua tímida carreira, 'Aqui'. Esperamos que seja desta que Marta alcance o reconhecimento que merece. Carlos Nunez, um considerado mestre de gaita galego, que já tocou com Dulce Pontes no anterior trabalho da artista, é o primeiro grande convidado internacional deste Outono em Lisboa e sobe ao palco no dia 3. No dia seguinte é a vez de Pedro Jóia e Realejo, mais um promissor concerto duplo. O guitarrista apresentará temas do seu novo álbum 'Sueste'.

O fado tem lugar neste certame no dia 5 com o espectáculo '100 Anos de Fado', programa que foi apresentado no Teatro S. Luiz e que deu lugar a um disco. Desta feita o concerto fadista não será igual ao original uma vez que apresenta vozes femininas. O elenco de fadistas inclui os nomes de António Pinto Basto, Carlos Zel, João Braga, Miguel Sanches, Maria Ana Bobone e Ana Sofia Varela. Serão recordados alguns dos mais populares e significativos fados.

A dupla Mário Laginha e Maria João, tem concerto marcado para dia 6, e faz-se acompanhar pelo percussionista Helge Norbakken. Também apresentam o seu último trabalho discográfico. Fonte Correio da Manhã