Encontro de Tocadores
Viola Campaniça
Os instrumentos e os seus tocadores
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. . . . . . . .A viola campaniça
é a maior das violas portuguesas. Para além dos trastos normais, apresenta mais alguns
trastos, apenas sob as cordas agudas, de modo a permitir uma amplitude maior nos agudos do
canto.
A viola campaniça é a maior das violas portuguesas, com 94 cm. Para além dos
trastos normais, apresenta mais dois ou três trastos complementares, já sobre o tampo, e
apenas sob as cordas agudas, de modo a permitir uma amplitude maior nos agudos do canto
que aí se desenha.
Gravações
I Encontro Tocadores Tradicionais
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Avoa Pombinha
Avoa
Meu Lírio Roxo
do Campo
Contexto social
A viola campaniça usava-se por todo o distrito de Beja e
noutras zonas próximas, toca-se a solo ou a acompanhar o canto de modas e
despiques, geralmente entre dois tocadores, que improvisam, nos bailes
públicos e particulares, nas festas, nas vendas e noutras quaisquer ocasiões. Essas
modas e despiques à viola campaniça, de ritmos vivos e de uma
feição alegre e extrovertida, são de facto totalmente alheios à gravidade concentrada,
à interioridade e à nostálgica solenidade que caracterizam os clássicos corais
polifónicos da província.
Afinação
A afinação da Viola Campaniça está estreitamente adaptada à
voz que acompanha.
Afinação das 10 cordas da viola
campaniça; os números indicam as ordens, 1 para primeiras, 2 para segundas e assim
sucessivamente.
Assim, as primas afinam pela voz, porque é nelas que preferencialmente se dá
o canto; as segundas, no terceiro ponto, afinam pelas primas soltas; as terceiras, ou
toeiras, no sétimo ponto, afinam pelas primas soltas; as quartas, ou bordão das primas,
no segundo ponto, afinam pelas primas soltas; as quintas são idênticas às toeiras, com
o bordão uma oitava a baixo o que corresponde uma afinação ré si
sol dó sol (do agudo para o grave), começando a afinação com o canto
pelo ré.
(Extraído e adaptado do Livro
Instrumentos Musicais Populares Portugueses de Ernesto Veiga de Oliveira e
Benjamim Pereira - Gulbenkian 2000)